Uma pequena trinca no para-brisa pode parecer inofensiva. Mas, na prática, ela pode ser o início de um problema maior. O vidro dianteiro de um veículo é um dos itens mais importantes para a segurança do condutor e dos passageiros.
Além de garantir visibilidade, ele também integra a estrutura de sustentação do carro. Por isso, entender os principais tipos de danos que podem afetá-lo — e como lidar com cada um deles — é essencial para evitar riscos e prejuízos desnecessários. A seguir, você vai conhecer os cinco danos em para-brisas mais comuns em para-brisas, suas causas frequentes e as formas adequadas de reparo ou substituição.
1. Trinca simples
A trinca simples é, talvez, o tipo mais comum de dano no para-brisa. Ela costuma surgir após o impacto de pequenas pedras ou detritos na estrada, especialmente em rodovias. Geralmente tem formato linear e se estende horizontal ou verticalmente, com poucos centímetros de comprimento.
O problema com esse tipo de rachadura é que, mesmo pequena, ela pode aumentar com o tempo — especialmente em dias muito quentes ou quando o veículo passa por solavancos. Mudanças bruscas de temperatura, como o uso do ar-condicionado logo após o carro ter ficado exposto ao sol, também favorecem a expansão da trinca.
Como tratar:
Se a trinca tiver até 25 cm e estiver fora do campo de visão do motorista, é possível realizar o reparo por meio de injeção de resina. O processo é rápido e eficaz, desde que feito por profissionais especializados. No entanto, se a trinca crescer ou atingir áreas críticas, a substituição do vidro será necessária.
2. Estrela ou olho de boi
Esse tipo de dano tem formato circular, com pequenas fissuras irradiando do ponto central — semelhante a uma estrela ou ao desenho de um “olho de boi”. É causado, quase sempre, por impacto direto de pedrinhas, como aquelas lançadas por pneus de outros veículos em movimento.
Apesar de parecer estático, o dano em forma de estrela pode evoluir com o tempo. As microfissuras ao redor da área central tendem a se alongar com o uso diário do carro, o que pode comprometer ainda mais a estrutura do vidro.
Como tratar:
Danos com diâmetro inferior a uma moeda de um real podem ser reparados. O processo envolve a limpeza da área, aplicação de resina especial e polimento. A aparência estética melhora consideravelmente e a integridade do para-brisa é restaurada. Se o dano for muito extenso ou profundo, a troca do vidro será a alternativa mais segura.
3. Trinca em forma de combinação
O dano combinado é uma mistura de dois ou mais tipos de rachaduras. Por exemplo, pode haver uma estrela com trinca linear se estendendo a partir dela. Esse tipo é mais comum quando o impacto foi mais forte ou quando um dano anterior não foi tratado a tempo.
Além do aspecto mais grave, o dano combinado é um sinal de que o para-brisa está sob tensão e pode se romper mais facilmente em caso de nova batida ou até de vibrações constantes.
Como tratar:
Na maioria dos casos, esse tipo de avaria exige a substituição do para-brisa. O reparo pode até ser tentado, mas dificilmente trará segurança total ao motorista. Avaliações técnicas são indispensáveis para indicar o procedimento mais apropriado.
4. Trinca em canto de vidro
Danos localizados próximos às bordas do para-brisa geralmente são mais críticos. Isso porque as extremidades do vidro recebem maior pressão estrutural e são mais suscetíveis a rupturas. Trincas que começam nesses pontos podem se expandir rapidamente, especialmente em carros que trafegam por vias irregulares.
Essa é uma situação que merece atenção imediata. Muitas vezes, o motorista só percebe a fissura ao lavar o carro ou quando ela já se estendeu por uma parte visível do vidro.
Como tratar:
Trincas nas bordas raramente são elegíveis para reparo. O risco de comprometimento da resistência estrutural do veículo é alto. Nesses casos, a recomendação costuma ser a substituição completa do para-brisa.
5. Delaminação
Diferente dos casos anteriores, esse tipo de dano não envolve rachaduras. A delaminação acontece quando há separação das camadas do para-brisa, que é composto por duas placas de vidro unidas por um filme de polivinil butiral (PVB). O efeito visual lembra manchas opacas, bolhas ou áreas esbranquiçadas, geralmente próximas às bordas.
Esse problema é mais comum em veículos antigos ou que ficaram muito tempo expostos ao sol e à umidade. Embora não afete imediatamente a visibilidade, a delaminação reduz a eficácia do vidro em caso de impacto.
Como tratar:
Infelizmente, não há reparo viável para esse tipo de dano. O ideal é realizar a troca do para-brisa o quanto antes, para garantir que o componente continue oferecendo proteção adequada.
Quando é hora de trocar?
A decisão entre consertar ou substituir um para-brisa depende de fatores como o tamanho do dano, sua localização e a profundidade da trinca. Danos que interferem no campo de visão do motorista, por exemplo, representam um risco direto à segurança e podem até causar reprovação na vistoria veicular.
Dessa maneira, vale lembrar que circular com o para-brisa danificado pode gerar multa e pontos na CNH, segundo o Código de Trânsito Brasileiro. O custo de uma troca pode parecer alto num primeiro momento, mas compensa se comparado aos riscos de um acidente ou à possibilidade de comprometer a estrutura do veículo em uma colisão.
Cuidados para evitar novos danos
Mesmo com reparos eficazes, o ideal é prevenir. Abaixo, algumas dicas que ajudam a preservar o para-brisa por mais tempo:
- Mantenha distância segura de caminhões em rodovias;
- Evite mudanças bruscas de temperatura no interior do carro;
- Faça inspeções periódicas no vidro, especialmente antes de viagens longas;
- Utilize palhetas do limpador em bom estado, para evitar riscos na superfície;
- Estacione, sempre que possível, à sombra.
Evitando situações de risco
Danos em para-brisas não devem ser ignorados. Além da questão estética, eles afetam diretamente a segurança e o desempenho do veículo. Identificar o tipo de dano e buscar o tratamento adequado o quanto antes é uma atitude responsável e que pode evitar situações de risco no trânsito.
Ao menor sinal de trinca, procure uma empresa especializada. A manutenção preventiva, mais uma vez, se mostra o melhor caminho para garantir a durabilidade dos componentes do carro — e a segurança de quem está ao volante.